A visita de Felipe Peixoto, secretário de estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, a São João da Barra, nesta quinta-feira (07), deve render grandes frutos para o município. Recebido pela prefeita Carla Machado, o secretário, que estava acompanhado do presidente da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), Marco Botelho, e de sua equipe, conheceu as obras do Porto do Açu, o espaço onde será construído o Entreposto Pesqueiro em Atafona, a secretaria municipal de Pesca, a cooperativa Arte Peixe e a Colônia de Pescadores Z-2.
Na ocasião da visita ao porto, o secretário buscou informações sobre o impacto do empreendimento na pesca e tomou conhecimento da zona de exclusão. “Minha pasta me obriga a ver a questão do desenvolvimento regional e também da pesca. Temos que buscar um equilíbrio já que este projeto é de suma importância para o Estado”, comenta Felipe.
A prefeita requisitou um convênio de cooperação técnica para treinamento, possível dragagem em locais estratégicos do rio Paraíba do Sul dentro da legalidade ambiental para facilitar o trânsito das embarcações em períodos de maré baixa e cursos de qualificação na área naval. A prefeitura e a LLX estão fechando parceria com o IFF para ministrar cursos no setor.
O Entreposto Pesqueiro de Atafona é um dos projetos de compensação dos empreendimentos que chegam ao município. “O espaço está em fase de licenciamento ambiental e poderá se tornar um polo regional”, frisa Carla. O secretário disse que o Estado está recebendo mega projetos e já está em discussão com o secretário de estado do Ambiente, Carlos Minc, que aqueles que impactarem na pesca, entre as exigências dos licenciamentos ambientais estarão os programas de compensação focados prioritariamente na classe de pescadores.
A prefeita defendeu a união de forças para dar continuidade ao trabalho de valorização e preservação desta importante cadeira produtiva. “Estamos fazendo em parceria com o governo do estado o sistema de macrodrenagem e a dragagem de importantes canais, revitalizando, por exemplo, o Quitinguta, que corta distritos e além de auxiliar a pesca, fortalece a agricultura.
Felipe disse que o Estado disponibilizou R$ 8 milhões via Fiperj para recuperação de mata ciliar, manguezais, repovoamento dos alevinos no rio Paraíba do Sul e que a sua pasta está buscando formatar um banco de dados da pesca na região com reais dados estatísticos. “Recente pesquisa colocou o Rio na oitava posição, mas não é a realidade. Vamos utilizar a metodologia da Fiperj e enviar as informações precisas para o Ministério da Pesca”, explica o secretário.
Segundo João Batista dos Santos Filho, secretário municipal de Pesca, São João da Barra conta com cerca de 1350 pescadores – rio, estuários, lagoas e canais, marítima-costeira e oceânica – o que movimenta aproximadamente 350 toneladas de pescado por mês no município, colocando-o em posição estratégica no estado, ocupando a segunda colocação.
A prefeita Carla Machado conseguiu recentemente a vinda novamente da Capitania dos Portos para o município. “Por enquanto ainda é uma sessão operacional, mas em breve se tornará agência”, frisa Eleilton Meireles, subsecretário municipal de Pesca.
Outro fator citado durante a visita foi a criação da Estação Costeira que funciona 24 horas por dia mantendo contato com os pescadores em alto mar. A municipalidade conta ainda com um Caminhão Frigorífico lotado na secretaria municipal de Pesca que transporta o pescado de forma gratuita.
Na Arte Peixe, considerada uma das cinco melhores cooperativas do Brasil durante a Primeira Mostra de Desenvolvimento Regional realizada em Salvador (BA), o secretário viu de perto os produtos oriundos do beneficiamento e do processamento do pescado. A cooperativa, criada na gestão da prefeita Carla Machado, reúne mulheres e filhas de pescadores na fabricação de produtos comestíveis como linguiça, hambúrger, isca de camarão, bolinho, nuggets e quibe de peixe, além de camarão empanado. A cooperativa está próxima de conseguir o Selo de Inspeção Estadual, dependendo apenas do licenciamento ambiental municipal e de um Setor de Tratamento de Rejeitos – utilizado para ração animal – autorizado pela prefeita que fechou parceria com a Fiperj.
A prefeita explicou ao secretário que o município conta com o Fundo de Desenvolvimento que poderá dar aporte aos pescadores em suas reais necessidades.
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