Cerca de 50 ex-alunos e voluntários se reuniram, na manhã deste sábado (16), para pintar de branco o muro da Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, onde 12 crianças morreram baleadas por Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, na semana passada. A iniciativa partiu do projeto “Mãos que Ajudam”, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que conseguiu recursos junto à prefeitura para comprar a tinta, pincel e lanche para os voluntários. A parte interna da escola também será pintada, com cores vivas, por profissionais voluntários do projeto.
“A escola é maior do que o massacre que ocorreu”, ressaltou o cabelereiro Marcos Gerbatim, de 47 anos, que é ex-aluno e foi de uma das primeiras turmas do colégio. “Espero que cada pincelada que eu dou apague o Wellington do nosso planeta. Que Deus o coloque bem ao lado para vigiá-lo e cuidar dele, porque não há resposta para um mal desses”, afirmou.
Ex-aluno pretende escrever livro sobre a tragédia
A previsão é de que a escola seja reaberta na segunda-feira (18). As aulas serão retomadas gradativamente em até três semanas. Nos primeiros dias, a previsão é que os alunos participem apenas de atividades lúdicas e as turmas voltem às suas rotinas aos poucos.
A previsão é de que a escola seja reaberta na segunda-feira (18). As aulas serão retomadas gradativamente em até três semanas. Nos primeiros dias, a previsão é que os alunos participem apenas de atividades lúdicas e as turmas voltem às suas rotinas aos poucos.
Gerbatim, que tem dois sobrinhos que estudam na escola e que não ficaram feridos no dia do massacre, conta que vai escrever um livro, junto com uma ex-aluna e com o diretor do colégio, Luiz Marduk. “A princípio, a gente queria contar a história dos ex-alunos, já que a escola é uma referência em Realengo. Mas agora, também vamos falar dessa tragédia”, conta ele, ressaltando que todo o dinheiro arrecadado com o livro será revertido para a escola. “Minhas lembranças daqui são as melhores do mundo”, conclui.
Pai e filho pintam juntos muro da escolaO motorista de ônibus rodoviário Marcos Aurélio Neves da Silva, de 38 anos, também é ex-aluno do colégio, e ajudou na pintura do muro. Ele viveu momentos de tensão no dia da tragédia. “Minha mulher ligou e disse: ‘Larga tudo e vem salvar seu filho que ele está muito mal.’ Eu pensei que meu filho estava doente, ou tivesse sofrido algum acidente”, recorda o motorista. “Quando me deparei com a cena, fiquei horrorizado: vi várias crianças baleadas por um sanguinário que veio matar e morrer”, acrescenta.
O filho dele, Marcos Vinícius e Silva Neves da Silva, de 10 anos, é aluno do 5º ano da Escola Tasso da Silveira. Nem ele, nem os dois sobrinhos de Marcos Aurélio sofreram qualquer ferimento. Neste sábado, pai e filho ajudavam a pintar o muro de branco. “Estamos tentando amenizar a dor e o sofrimento. Ainda não perguntei ao meu filho se ele quer voltar, mas tenho fé em Deus que ele vai querer continuar estudando aqui, porque é a melhor escola do bairro”, finalizou.
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