sábado, 9 de abril de 2011

Atirador de Realengo ainda tinha 23 balas para disparar

Segundo perícia, Wellington recarregou as armas várias vezes e deu 66 tiros na escola
Um homem com problemas mentais definido como louco pelo delegado da Divisão de Homicídios (DH), Felipe Ettore, que se sentia perseguido, era simpático a atos terroristas e tinha enorme sede de matar. Foi esta explosiva mistura que levou Wellington Menezes de Oliveira a invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, com dois revólveres e 89 munições. Os peritos ficaram impressionados com os 66 tiros disparados pelo matador.
Foram 60 tiros com o revólver calibre 38 – que ele teve de recarregar pelo menos dez vezes – e seis com o revólver 32. Ettore não acredita que ele tenha tido qualquer treinamento para usar as armas nem para regarregá-las: “Nada do que ele usou requer treinamento. São armas de fácil manuseio”, disse o delegado.
Os depoimentos da professora e da secretária ajudaram a polícia a traçar a mecânica da matança. Já a carta de despedida e um bilhete deixado na casa do criminoso, em Sepetiba, somadas às declarações de familiares, têm ajudado a DH a montar o perfil do criminoso. A irmã e o primo de Wellington contaram que o rapaz ficou obcecado por atentados terroristas após a queda das Torres Gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001, e fazia simulações de voo no computador para, um dia, atirar um avião contra o Cristo Redentor.
O primo revelou também que, aos 10 anos, quando estudava na Tasso da Silveira, Wellington foi jogado na lata de lixo pelos colegas: “Pelo que temos, trata-se de uma pessoa com doença mental. Alguém que só andava de calça e camisa para dentro. Metódico, que cortava o cabelo a cada 30 dias. E solitário, sem amigos nem namoradas”, concluiu Ettore.
Perfil no Orkut tinha mensagem sobre massacre
Os agentes pediram ainda à Justiça para que o perfil de Wellington seja retirado do site de relacionamentos Orkut. A polícia investiga se há relação entre o assassino e um perfil anônimo, criado no mesmo site, onde uma mensagem que falava sobre uma chacina em colégio do Rio fora postado uma semana antes do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira. O texto também foi publicado por um perfil falso do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), cuja autoria a polícia também investiga.
Ainda no Orkut, em um fórum que debate casos de bullying (agressões no ambiente escolar) havia mensagem sobre um massacre em uma escola, comparado a Columbine, em Denver, (EUA), onde ataque terminou com 13 mortes.

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